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sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Reajuste no Transporte Público em SP

Em 30 de dezembro de 2015, o prefeito Fernando Haddad e o governador Geraldo Alckmin anunciaram o reajuste na tarifa de ônibus, trem e metrô de R$3,50 para R$3,80. O reajuste entrou em vigor em 9 de janeiro de 2016. Trata-se de uma grande demonstração de rombo nas contas públicas, tendo em vista que a Prefeitura não costuma reajustar a tarifa de ônibus em ano de eleição municipal.
O prefeito e o governador tomaram uma medida necessária. No entanto, também é necessária a atenção a outros fatores:

  • Os custos da Prefeitura e do Governo do Estado com subsídios aumentaram radicalmente devido à expansão das gratuitidades ocorridas após as manifestações de junho de 2013. É necessária uma revisão desses benefícios;
  • Além das gratuitidades, programas como Bilhete Único Mensal, Bilhete Único Semanal, Bilhete Único Diário e Tarifa do Madrugador não sofreram reajuste. Não é necessário reajustar todos esses programas na mesma proporção que as tarifas comuns. No entanto, é necessária uma revisão desse congelamento.
  • Entre dezembro de 2013 e dezembro de 2014, houve uma grande auditoria no sistema de ônibus da Capital. Foram detectadas diversas irregularidades, inclusive fraudes no Bilhete Único. É de extrema importância que a Prefeitura cobre esse prejuízo;
  • Em 2012, o jornal O Estado de S. Paulo publicou uma denúncia demonstrando a facilidade para os usuários fraudarem o sistema do Bilhete Único. Na época, a Gestão Kassab anunciou que pretendia trocar todos os cartões e aumentar a segurança do sistema durante aquele ano. Não houve a mudança e Haddad promete fazê-la desde o início de sua gestão, mas o projeto para montar um data center, o que poderia melhorar está parado no TCM desde 2013. Isso evidencia que o projeto seja suspeito de irregularidades que podem afetar preço e/ou qualidade. A Prefeitura precisa ter mais cuidado com seus projetos e fazer com que eles realmente beneficiem o cidadão e não gerem altos gastos aos cofres públicos;
  • A Gestão Haddad, na maioria das vezes, opta pelas faixas exclusivas. Isto deveria ser revisto, passando a dar preferência aos corredores;
  • O Metrô e a CPTM são muito mal geridos. Há um preconceito muito grande por parte dessas empresas e da ViaQuatro em ganhar com publicidade e comércio nas estações e nos trens. É de extrema importância o aumento das receitas alternativas. Isso poderia tornar até mais lucrativo para essas empresas a redução das tarifas;
  • O Metrô, a CPTM e a ViaQuatro poderiam também estudar o uso das energias solar, eólica e mecânica para reduzir o gasto de energia elétrica no sistema;
  • É vergonhosa a falta de eficiência do Governo do Estado na ampliação de linhas de trem e metrô. Obras de expansão importantes, muitas prometidas para a Copa do Mundo, estão atrasadas. Isso inclui obras da Linha 4-Amarela, cuja operação é feita pela iniciativa privada. Isso poderá gerar processo. O Governo do Estado precisa urgentemente discutir a possibilidade de privatizar o sistema, no mínimo, tomando como exemplo o caso da Linha 6-Laranja;
  • Greves e outras ações sindicais irresponsáveis ocorrem todos os anos no Metrô, na CPTM e, nas empresas de ônibus. É mais um motivo para ser discutida a privatização, pois os sindicatos ficam com mais dificuldade para atuar. Exemplos disso são a Linha 4-Amarela e as próprias empresas de ônibus, que, apesar de enfrentarem greves, sofrem menos consequências que o Metrô e a CPTM.

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