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segunda-feira, 30 de junho de 2014

Calote na Argentina

Em 16 de junho de 2014, a Suprema Corte dos Estados Unidos ratificou a decisão do juiz Thomas Griesa, de Nova York, que determina o pagamento preferencial aos chamados fundos abutres, em detrimento aos fundos que participaram dos planos de reestruturação de 2005 e 2010.
Trata-se de um caso com violações morais por ambas as partes.
Os fundos abutres compraram títulos do Governo Argentino nas mãos de credores prejudicados no calote de 2001. Obviamente, não estão dispostos a negociar descontos, pois o objetivo deste tipo de investidor é obter altos lucros via especulação, o que não tira o direito legal e moral deles a receber o pagamento, porém não há motivo para receberem preferência.
O Governo Argentino, por sua vez, é um irresponsável histórico. Depois de se tornar o segundo país mais rico do mundo após a Segunda Guerra Mundial, as gestões adotaram medidas totalmente irresponsáveis, com fins eleitoreiros, em um período de forte oscilação entre o peronismo e golpes militares, expondo a Argentina a fortes crises econômicas, agravadas pela falta de instituições sólidas.
É pouco provável que a situação do país melhore. Os estragos gerados por diversas gestões são quase irreversíveis. O Governo Argentino precisa promover reformas com urgência, mas não são reformas fáceis para um governo populista, como o do casal Kirchner. Para piorar, a política argentina e totalmente controlada pelo peronismo, que influencia todos os partidos, mesmo os considerados antiperonistas, fazendo com que sempre haja índices altíssimos de corrupção.
A Argentina, assim como o Brasil, possui condições de ser um país de primeiro mundo política, social e economicamente, mas as irresponsabilidades dos gestores faz com que fique sempre aquém de seu potencial.

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