Cassação de María Corina Machado

A deputada de oposição María Corina Machado foi cassada em 24 de março de 2014 pelo presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello. A ratificação ocorreu dois dias depois,em 25 de março de 2014, sem debate sobre o motivo da cassação: aceitação de cargo internacional, atitude considerada inconstitucional na Venezuela, mesmo sendo para expôr as violações aos princípios democráticos no país.
Os chavistas se mostram cada vez mais petulantes, pois é antidemocrático o presidente do Poder Legislativo decretar uma cassação, mesmo que seja ratificada pela maioria dos deputados na sequência. Além disso, a deputada foi eleita pelo povo, assim como os demais deputados e o presidente Nicolás Maduro, portanto a cassação seria legítima apenas se tivesse ocorrido um debate sobre o motivo da cassação, o que não ocorreu.
Além de tudo o que foi citado, a deputada vem sendo acusada, desde o início das manifestações, de tentar promover um golpe de estado, o que a levou a perder a imunidade parlamentar menos de uma semana antes da cassação. Essa acusação vem sendo feita pelos chavistas e seus aliados a todos os manifestantes antichavistas. Observando o contexto, vê-se que, para a esquerda, uma manifestação (ou até mesmo golpe de estado) possui legitimidade apenas quando é da esquerda. Basta lembrar da tentativa de golpe liderada por Hugo Chávez em 1992 ou das manifestações que a esquerda promove em vários países, inclusive no Brasil, assim como da reação após a ação das autoridades contra as manifestações ou contra os excessos.